quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

ESCRAAACHAAA!!!

Eu acho que no inferno a cerveja é Nova Schin, o trânsito é o de São Paulo, todo mundo é obrigado a torcer pro Flamengo e só deve pegar a CNT. Até aí, beleza. Porque nada pode ser pior do que o cenário que se desenha nas eleições municipais do Rio de Janeiro.
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O líder nas pesquisas é o Wagner Montes (31%). Sim, o apresentador do antigo "O povo na TV", de onde também saiu Roberto Jefferson (meu Deus!). Ele apresenta o "Balanço geral", programa de boa audiência na cidade, mostrando o mundo cão nosso de cada dia.
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Eu disse mundo cão, mas não é bem assim. O programa agora deu uma variada. Apresenta as mazelas da cidade, apela para soluções do poder público, notadamente a... prefeitura. A partir de agosto, creio, o programa terá uma espécie de Ação Global. Sim, algo parecido com o programa de assistência social que a TV Globo promove de vez em quando. Lá, os cidadãos podem tirar carteira de trabalho, medir a pressão, cortar cabelo, fazer exames de forma gratuita. Na Globo são repórteres que cobrem o evento. Na Record será o candidato, digo, Wagner Montes até que a lei eleitoral o proíba de distribuir benesses pela TV.
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A tática é a mesma de sempre: assistencialismo e populismo com aquele agrado às polícias.
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Em segundo lugar, com 14% das intenções de voto, está Marcelo Crivella. Sim, o sobrinho de Edir Macedo. Até o momento não apareceu nenhum gênio do mal sugerindo Wagner pra prefeito e Crivella para vice. Xiii, acabei de fazer merda...
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Juntando Wagner e Crivella na mesma chapa teremos a alegria da imprensa isenta: a Record no poder! Com um adendo: Montes sai pra senador em 2010 e o sobrinho do bispo assume a prefeitura. Isso é coisa da minha cabeça, note-se. Mas é um cenário nada impossível.
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É isso aí. Entenderam por que o Rio entrou num processo praticamente irreversível de decadência? Ninguém resiste a 20 anos de pupilos de Brizola (César Maia, Saturnino, Marcelo Alencar, Garotinho, Rosinha, Nilo Batista) e nem ao PT (nove meses de Benedita quebraram o estado. Vou repetir: NOVE MESES). A pá de cal será essa dobradinha entre o populismo e a evangelização de resultados.
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É claro que o cenário eleitoral pode mudar, mas as opções não são nada animadoras. Chico Alencar (PSOL), a stalinista Jandira Feghalli (PCdoB), a peruquenta Solange Amaral (DEM), Eduardo Paes (que até pensei ser um bom candidato nas últimas eleições, mas já se bandeou pros lados do governador atual), o jovem presidente da CCJ da Câmara Federal e acusado de explorar trabalho escravo Leonardo Picciani (PMDB), entre outros menos votados (sem trocadilho - é porque não têm votos mesmo).
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Pra quem já teve como governador um Carlos Lacerda, um Negrão de Lima, a solução é sentar no meio-fio e chorar. E implorar por uma Nova Schin (quente), por um trânsito pior que o de São Paulo e assistir à CNT... Torcer pelo Flamengo, não. Aí já é demais!!!
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Escraaachaaa!!!

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